ATA DA OCTOGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 08-10-2008.

 


Aos oito dias do mês de outubro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Elias Vidal, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nilo Santos, Professor Garcia e Valdir Caetano. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 984141/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; 080/08, da Senhora Leoni de Oliveira Pereira, Coordenadora Geral dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre; 335/08, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional de Porto Alegre da Caixa Econômica Federal – CEF –; 581/08, do Senhor Luiz Claudio Monteiro Morgado, Analista de Planejamento e Orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário; 3800/08, da Senhora Fernanda Almeida Cappelini, Supervisora de Produtos de Repasse da CEF. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima, Septuagésima Primeira, Septuagésima Segunda e Septuagésima Terceira Sessões Ordinárias. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 060/08, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, do dia sete ao dia nove de outubro do corrente, em reunião do Conselho Nacional das Cidades, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes teceu comentários acerca do resultado das eleições municipais realizadas no dia cinco de outubro do corrente, parabenizando os Vereadores que serão reconduzidos ao cargo. Nesse sentido, ressaltou o papel desempenhado pelas Vereadoras deste Legislativo na quebra de estereótipos e formulou críticas ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, alegando que essa entidade adota em suas pesquisas uma postura contrária ao PT. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Adeli Sell denunciou irregularidades ocorridas na campanha eleitoral que culminou na votação ocorrida no último domingo, asseverando que Sua Excelência tem provas de crimes eleitorais cometidos nesse pleito. Sobre o assunto, sublinhando as expectativas da população porto-alegrense em relação a este Legislativo, conclamou os Senhores Vereadores a fiscalizarem e acusarem atos ilícitos cometidos nesse processo eleitoral. Em continuidade, foi apregoado o Memorando nº 115/08, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Beto Moesch, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, na cerimônia de abertura da XXIII Feira do Livro do Colégio Farroupilha, às quatorze horas, nesse Colégio, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen congratulou os Vereadores reeleitos para a próxima Legislatura nesta Casa e agradeceu a confiança depositada em Sua Excelência pela população de Porto Alegre, referindo-se especialmente aos militares. Ainda, registrando que Sua Excelência não alcançou os votos necessários à conquista de mais um mandato, relatou seu aprendizado político durante o período em que integrou este Legislativo. A Vereadora Maristela Maffei analisou a importância do trabalho desenvolvido por Sua Excelência ao longo de três mandatos como Vereadora de Porto Alegre, ressaltando que, independentemente dos resultados das eleições de ontem, continuará lutando pelos ideais do socialismo. Sobre o tema, parabenizou a candidata Manuela d'Ávila, do PCdoB, pela grandeza e dignidade demonstradas durante a campanha eleitoral e afirmou sua esperança em rumos diferenciados para Porto Alegre a partir do segundo turno da eleição para Prefeito. A Vereadora Maria Luiza agradeceu o apoio político recebido dos apoiadores de sua campanha à reeleição para a vereança em Porto Alegre, lembrando, ainda, a importância da acolhida que teve nesta Casa, por parte de Vereadores e funcionários. Além disso, fazendo um balanço de sua atuação como Vereadora, afirmou que sua caminhada política continuará após o encerramento da atual Legislatura e, finalizando, convidou a todos para a 1ª Cavalgada pelo Turismo de Porto Alegre. O Vereador João Antonio Dib externou sua satisfação por ter sido eleito pela décima vez como Vereador deste Legislativo, registrando que pretende, ao longo dos próximos quatro anos, se dedicar com o mesmo entusiasmo, seriedade e responsabilidade a Porto Alegre. Nesse sentido, ressaltou que o principal papel do Vereador é o de fiscalizar as ações do Poder Executivo Municipal e o cumprimento da legislação já existente, e não apenas fazer leis. O Vereador Haroldo de Souza aludiu à campanha de Sua Excelência no pleito eleitoral encerrado no dia cinco de outubro do corrente, registrando seu reconhecimentos aos que colaboraram com sua candidatura ao mandato de Vereador da Câmara Municipal de Porto Alegre. Ainda, cumprimentou os Vereadores que não alcançaram a reeleição, elogiando, especialmente, o trabalho desenvolvido na presente Legislatura pelo Vereador Ervino Besson e pela Vereadora Margarete Moraes. O Vereador Mauro Zacher agradeceu aos cidadãos os votos recebidos no pleito do dia cinco de outubro do corrente. Além disso, abordou Projetos em tramitação nesta Casa, relativos ao Plano Diretor Cicloviário e ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental e defendeu a aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 185/08, que cria no transporte coletivo o circuito de bares, destinado a percorrer pontos gastronômicos, de lazer e de entretenimento do Município. O Vereador Luiz Braz, citando que o Partido da Social Democracia Brasileira elegeu dois Vereadores para a próxima Legislatura, contestou matérias divulgadas na imprensa, sobre possível modificação nos coeficientes eleitorais partidários, o que levaria à perda de uma vaga do PSDB nesta Câmara no caso de validação da candidatura do Senhor Enildo Paulo Pereira. Também, elogiou a atuação nesta Câmara dos Parlamentares que não integrarão a próxima Legislatura. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 210/06, considerando-se rejeitado o Veto Total oposto, por vinte e dois votos SIM, após ser discutido pelas Vereadoras Sofia Cavedon e Margarete Moraes e pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Adeli Sell, Dr. Raul e João Antonio Dib, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Sofia Cavedon. Após, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação, nesta Casa, do Projeto de Lei do Legislativo nº 180/06, ao qual foi oposto Veto pelo Poder Executivo e cuja análise pelas Comissões Permanentes recebeu pareceres pela rejeição. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 180/06, considerando-se mantido o Veto Total oposto, por onze votos SIM e treze votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Sofia Cavedon, Luiz Braz e João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Nilo Santos e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Adeli Sell, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Professor Garcia e Sebastião Melo. Durante seu pronunciamento na discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 180/06, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido sem efeito suspensivo pelo Senhor Presidente, solicitando análise da Comissão de Constituição e Justiça quando à legalidade da votação do referido Projeto de Lei, em face de os pareceres das Comissões Permanentes serem favoráveis à manutenção do Veto Total, tendo se manifestado a respeito o Vereador Luiz Braz. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 040/08, o qual deixou de ser apreciado, em face da inexistência de quórum. Às quinze horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Professor Garcia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Claudio Sebenelo e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos Memorando de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que solicita representação externa (Lê.): “Venho por meio deste solicitar à Presidência a representação institucional desta Casa Legislativa na 18ª reunião do Conselho Nacional das Cidades, a realizar-se nos dias 07 e 09 de outubro de 2008 em Brasília - DF”.

Sendo quarta-feira, primeiramente, as Bancadas podem usar a Liderança, ou passamos à Ordem do Dia. Consulto as Bancadas, porque, se os Vereadores não utilizarem o tempo de Liderança, eu tenho de obrigatoriamente chamar a Ordem do Dia.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores, em nome e na figura do Ver. João Antonio Dib, quero saudar, neste momento, todas as Vereadoras e todos os Vereadores que se reelegeram. Tenho certeza de que o Ver. João Antonio Dib simboliza a honradez,

a presença, a postura, o trabalho nesta Casa, que fiscaliza, que defende suas idéias, que cuida do Orçamento. Saúdo, em nome dele, todos os Vereadores que se elegeram, sobretudo aqueles que valorizam o Legislativo na cidade de Porto Alegre, que é um espaço que ajuda - não é o único - a garantir a democracia, o sistema político que nós vivemos. A Câmara ajuda no contraditório, na contradição das idéias, e isso sempre é democrático e é fundamental.

E quero lamentar, Verª Neuza Canabarro, por todos aqueles que não conseguiram se eleger e que mereciam se eleger. Esse pensamento de quem se elege ou não se elege é relativo, depende de muitas circunstâncias; às vezes, externas a esta Casa; às vezes, externas ao trabalho, nem todas legítimas ou justas. Existe, no nosso País, uma lei eleitoral, que é importante, mas que carece de aperfeiçoamento. Isso, para mim, não é nenhum consolo, mas acho que a Vereança é um espaço importante, não é o único espaço para quem defende idéias, visões de mundo, para quem tem conteúdo político, postura e, sobretudo, coerência na realização das suas idéias, das suas metas. Existe uma série de alternativas para as pessoas exercerem a sua cidadania: na rotina diária, no trabalho. Eu penso que ser Vereador não significa ter uma profissão nas entidades em que atua. Enfim, o compromisso com a Cidade, político e permanente, independe de um cargo, Ver. Nereu D’Avila, e a eleição, ou não-eleição, é relativa também, porque os exemplos são sempre reducionistas, mas tenho certeza de que um meio ilícito de fazer campanha foi um slogan que apareceu na Cidade, Ver. Adeli Sell, que dizia “Realizando o sonho da casa própria”, e essa pessoa se elegeu. A casa própria - o direito à habitação, o direito de acesso à terra - é um programa da Constituição, é um programa do Governo Federal e das Prefeituras, não cabe ao Vereador realizar o sonho da casa própria. Então era um slogan que não poderia ter sido usado na campanha. E a necessidade da casa própria é o desejo mais caro de qualquer pessoa, sobretudo dessas pessoas que vivem na maior precariedade possível, pessoas que quase nem são seres humanos; então, isso para elas é um sonho.

Eu quero mandar um abraço muito especial a todas as mulheres desta Casa, à Sofia, à Maria Celeste, à Neuza, à Maristela Maffei, às Vereadoras eleitas ou não, porque acho que já cumpriram uma missão, já fugiram de seus limitados destinos, que estavam prontos na sua vida, já não pertencem essas mulheres ao patamar de preconceitos e estereótipos. Nós vamos trabalhar com todo carinho, com todo cuidado, cumprindo com esta missão de ser Vereadora até 31 de dezembro de 2008.

Quero dizer, em nome do meu Partido, que a Frente Popular, contrariando o IBOPE - porque há 20 anos o IBOPE se coloca, nas pesquisas, contra o PT, e infelizmente as pesquisas influenciam algumas pessoas despolitizadas que votam em “quem vai ganhar” -, fez um esforço heróico com a sua militância, foi para o 2º turno. E nós temos muito trabalho pela frente, querido companheiro Marcelo Danéris. Eu tenho muita esperança, porque acredito em quem tem história, em quem tem memória, e só esses que têm e já fizeram têm cultura. Muito obrigada, sucesso e boa gestão em 2009!

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Sebastião Melo, colegas Vereadoras e Vereadores: situação ou oposição, o Vereador fiscaliza. Agora falo pela Liderança de oposição para fazer cobranças concretas, reais. Onde estão as obras aprovadas pelo OP - Orçamento Participativo? Obras que foram enroladas, mas que, nas duas últimas semanas, até na antevéspera da eleição, foram realizadas? Eu tenho provas, Ver. Haroldo de Souza; tenho provas de que na Colina Verde, por conquista do OP, uma rua foi asfaltada, mas tinha de colocar a propaganda do ex-Secretário em todos os muros. Um apoiador meu, para não ter briga com os vizinhos, colocou a propaganda do ex-Secretário. Ele que venha aqui e diga que não, eu tirei fotos! Vai ficar por isso mesmo, Verª Neuza Canabarro?! Vai ficar por isso mesmo?! Pergunto: que País é este?! Que Cidade que se diz democrática e limpa aceita esse tipo de coisa?!

Sobre a Zona Sul, Ver. Ervino Besson, em lugares pelos quais eu sei que o senhor lutou: fui olhar os Pedidos de Providências que o senhor fez - porque leio todos os Pedidos de Providências - e depois fui olhar as urnas nos locais onde ruas foram asfaltadas! Posso dizer a mesma coisa da Vila Dom Pedro, na Zona Norte: fizeram a comunidade pagar os canos, dizendo que aí a obra seria feita! Há uma ação no Ministério Público, da Rua Bazílio Pellin Filho, ali na ponta do Morro do Osso, conquista do OP, acordo com o Ministério Público - está em cima da minha mesa! A obra foi agora licitada, e dizem que começará no dia 13, mas tinha que “ter um acerto”. Eu quero que venham aqui e desmintam, quero fazer como o Sr. Leonel Brizola fez com o David Nasser, no Aeroporto: arrancou uma página da revista O Cruzeiro e fez o David Nasser engolir! Porque, se disser que não, eu vou fazer a mesma coisa com as fotos que tenho!

Ver. Haroldo, quero fazer esse desafio dentro desta Casa, porque nós somos, sim, criticados na rua por sermos uma “confederação de compadres e de comadres”. Eu não tenho compadre e comadre, eu tenho é respeito pela nobreza, porque aqui se diz “nobre Vereador”, porque o cargo de Vereador é nobre, mas tem gente que não tem nobreza - não tem nobreza! Eu fui eleito, tive voto popular, vou mostrar minha prestação de contas, mas tem gente que não vai conseguir, não vai! Tem que cassar, tem que cassar! Eu quero ver se esta Casa vai fazer alguma coisa. Eu comecei hoje, falei algumas coisas na segunda-feira, teve gente que falou antes de mim. Por isso tenho orgulho de alguns Vereadores - que inclusive não são da minha Bancada - que tiveram a coragem de vir aqui e botar o dedo na moleira! Mas o meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, liderado pela Verª Margarete Moraes, que é oposição responsável, que não fala besteira aqui, que não faz oposição pela oposição, não vai tolerar o que aconteceu. E nós, para o 2º turno, se for necessário, faremos ronda pela Cidade, queremos saber sobre essa questão das obras. Portanto, senhoras e senhores, estamos vigilantes. Eu espero que os dignos Vereadores, trabalhadores e honestos, que tiveram prejuízos, não temam, porque trabalho, ética e coragem têm que ser sempre uma posição de qualquer Vereador. A minha é esta: trabalho, ética e coragem! Obrigado!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos o Memorando nº 115/08, do Ver. Beto Moesch, com o seguinte teor (Lê.): “Venho por meio deste verificar a possibilidade de representar a Casa na cerimônia de abertura da XXIII Feira do Livro do Colégio Farroupilha a se realizar no dia 08 de outubro de 2008, conforme convite em anexo”.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; nobres colegas Vereadoras e Vereadores, eu venho em nome da nossa Bancada, do Democratas, depois das eleições, dirigir-me especialmente aos meus colegas Vereadores e Vereadoras e também ao público que nos acompanha nas galerias e através da TVCâmara.

Inicialmente, registro aqui, Sr. Presidente, o meu voto de parabéns a todos aqueles meus colegas que lograram êxito nessa peleia eleitoral e que se reelegeram Vereadores para mais um mandato, dentre os quais eu não me encontro. Sou terceiro suplente, mas quero dizer a todos aqueles que conseguiram êxito que sigam na defesa dos postulados democráticos desta Casa; eles conseguiram talvez entender o jogo democrático que hoje vige, souberam trabalhar e merecer o voto que conquistaram.

Quero, de minha parte, deixar registrado também o meu agradecimento a todo aquele cidadão porto-alegrense que me honrou, durante esses quatros anos, com a sua confiança, com a sua atenção, procurando-me para encaminhar projetos, para dialogar, para encaminharmos Pedido de Providências e tudo o mais que foi possível fazer em consonância.

Registro um carinho todo especial à minha classe, principalmente os soldados, cabos, sargentos e oficiais do Exército Brasileiro, da Aeronáutica, da Marinha, os irmãos de farda da Brigada Militar, também aos vigilantes. Quero ser breve nestas palavras de hoje, porque, mesmo derrotado nesse round popular, quero cumprir com a minha obrigação até o dia 31 de dezembro, da mesma forma como até hoje pude acompanhar os demais membros desta Casa.

Nobres colegas Vereadores, nesses quatro anos de convívio, com certeza eu consegui ampliar e muito os meus conhecimentos, principalmente conhecimentos a respeito da política, da cultura política do nosso País. Saio com a consciência de um dever cumprido, mas não satisfeito com os resultados alcançados. Surpreendi-me muito quando assumi inicialmente a cadeira de Vereador no transcorrer deste mandato, acho que nós temos que fazer muito, meus nobres colegas, pelo futuro deste País. Temos que trazer ao rol de nossas preocupações, de uma vez por todas, as necessidades... Principalmente, Verª Neuza, trazer os recursos necessários para que o Município seja o protagonizador das reformas sociais necessárias aos dias de hoje; não devemos deixar tudo concentrado no Poder Central, que desconhece as entranhas necessárias da pobreza, da falta de educação, da falta de saúde, da falta de desenvolvimento, de emprego para aqueles que estão morando em todos os Municípios do nosso País.

Porém não cabe a nós, aqui, mudarmos, e sim à esfera superior, mas nós, que sentimos essa necessidade, temos que fazer com que isso vá em frente. Da arrecadação do Município, que não fique apenas 6% no Município, o resto vai embora e vem em forma de dádiva, vem em forma de favor, vem em forma de troca de votos, vem em forma de troca de conquistas eleitorais, mesclando, manchando a ética e a moral da nossa política. Até o dia 31 de dezembro seremos colegas, e farei de tudo, como até hoje fiz aqui, para manter, de uma forma altiva, o nosso mandato. Agradeço o auxílio que deram a este Vereador neste mandato; com certeza, foram quatro anos que lustraram e muito a minha vida, a história que este Vereador haverá de escrever um dia.

Muito obrigado. Que Deus proteja os vencedores, proteja e não desanime os derrotados nessa batalha, pois a guerra não acabou. Muito obrigado. Que Deus nos ilumine!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, na semana passada eu estive nesta tribuna e dizia que muito me honrava estar há três mandatos a serviço da cidade de Porto Alegre, a Capital do Estado do Rio Grande do Sul.

Moro na periferia de Porto Alegre e com muito orgulho hoje estou 1ª Suplente e entrego ao PCdoB, pela primeira vez, o meu mandato. No dia 1º, com certeza, estaremos reassumindo nesta Casa para continuarmos mais quatro anos construindo uma proposta socialista, democrática, com a capacidade de interagir com outros Partidos de diferentes visões, porque assim a Cidade merece: a manutenção do programa de Partido, mas tendo a capacidade do diálogo.

Nós sabemos que, às vezes, um pequeno passo, quando não se tem a capacidade de poder abranger... Com o outro passo, nós sabemos o tamanho que poderá ficar. E é essa arrogância, é esse estilo, é esse jeito que vai levar à derrota aqueles que por muito estiveram unidos. Porto Alegre vai dar a resposta àqueles que jogaram foguete no pátio, quando viram a derrota do outro.

Eu quero fazer uma homenagem toda especial à minha filha, Luíza, porque eu sei que cada lágrima que a Luíza derramou foi por amor, por estar dividida. Mas hoje ela está aqui, inteira, íntegra. Querida, a mãe te ama; tu sabes, independente de qualquer coisa, que sempre estaremos juntas! Minha filha, minha homenagem a ti pelo “rio de lágrimas” que derramaste naquele momento. Mas, agora - vê como a política é dinâmica -, as coisas vão se reorganizando, a vida contínua. Eu sou uma mulher de Partido, e o Partido, quando é reto, a gente o abraça, mas, quando não é mais assim, a gente continua buscando a retidão do socialismo. Foi o que eu encontrei.

Manuela, parabéns pela tua grandeza, pelos 15% que tu fizeste na Capital do Estado do Rio Grande do Sul, com firmeza na tua juventude, na tua capacidade, na tua dignidade. Daqui até o dia 26 nós vamos ajudar a definir os destinos da cidade de Porto Alegre; com certeza o Partido terá clareza para discernir o que é uma construção coletiva para a cidade de Porto Alegre, porque a história não termina numa eleição; a história do socialismo, da luta de classes, é maior do que tudo isso! Então, para nós ela é uma questão pontual, mas importante. E no dia 1º, com certeza, estaremos aqui, com a nossa Vereança, honrando o Partido Comunista e continuando a ter um espaço democrático, construindo com todos os Partidos para toda a cidade de Porto Alegre. Obrigada, Porto Alegre! Nós continuamos a luta! Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Luiza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Ao cumprimentar o nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo, cumprimento o público presente, os nossos telespectadores, os nossos Vereadores, as nossas Vereadoras. Eu venho a esta tribuna agradecer inicialmente a Deus, também à minha família e agradeço o apoio político que tenho do Partido Trabalhista Brasileiro. Quero agradecer ao Senador Sérgio Zambiasi; ao Presidente do Partido Metropolitano, o Brack; ao Movimento do PTB Mulher, a todos os meus apoiadores, a todos os meus eleitores que no dia 05 foram até a urna depositar a confiança do seu voto na Maria Luiza. Agradeço a todos acima de 60 anos, 70 anos, 80 anos que não precisavam mais votar, mas que no dia 05 acreditaram na Maria Luiza, foram até as urnas e me confiaram o seu voto. Agradeço a todas as crianças que sempre abrilhantaram e que continuarão abrilhantando a minha caminhada.

Eu não poderia deixar de ser grata, neste apenas um ano e meio que estive aqui na Câmara, a todos os 35 Vereadores, a todos os funcionários desta Casa pela acolhida, pelo respeito e pelo aprendizado que tive com cada um de vocês. Essa é a maior relíquia que levo aqui da Câmara, e digo a vocês que não vou parar por aqui. Acredito na política, tive a convicção de que o meu lugar é na política, sim, e vou continuar por todas as pessoas que acreditam no meu trabalho. Sou uma Assistente Social, o meu trabalho vai continuar, vou estar atenta à Câmara para poder dar sempre as minhas contribuições como fiz até agora.

Quero dizer que, como meu mandato se encerra no dia 31 de dezembro de 2008, elenquei algumas prioridades para este pequeno espaço que temos, menos de dois meses. Tenho um Projeto de minha autoria aprovado, que é a inauguração da praça localizada na Restinga em homenagem ao nosso soldado Biasi. Faço parte da família brigadiana, sei das dificuldades que o nosso policial militar sofre no dia-a-dia na rua, e o policial Biasi morreu em serviço. A homenagem que faço é a inauguração dessa praça, localizada na esquina da casa onde esse policial morava, como uma forma de reconhecimento pelo seu trabalho social, porque, independentemente de ser policial, ele fazia parte do Proerd, uma área em que também atuo, na prevenção e no combate à drogadição na nossa Cidade. Infelizmente a Capital gaúcha está em primeiro lugar no ranking de consumo de craque. Então, essa homenagem vou fazer ainda neste mandato, pretendo, com a colaboração de cada Vereador que está aqui na Câmara ainda neste mandato, fazer a regulamentação do projeto das vans, que trata de atender a uma demanda da Capital gaúcha que é contemplar a área do turismo em nossa Cidade.

E gostaria de trazer alguns dados. Em apenas um ano e meio de mandato nesta Casa, meu Gabinete não fez menos do que 2.460 atendimentos em um ano e quatro meses, que totaliza 410 dias úteis. Nós fizemos, até hoje, 4.050 Pedidos de Providências; tivemos 105 Pedidos de Indicações e 130 Projetos de Lei protocolados na Casa. O nosso compromisso com a cidade de Porto Alegre continua, estaremos atentos à Câmara Municipal.

Para finalizar, deixo um convite: nós estamos organizando a 1ª Cavalgada pelo Turismo de Porto Alegre, a inscrição será um brinquedo para o Natal das crianças carentes. Esse evento será realizado no dia 09 de novembro, com a concentração no Parque da Harmonia. Por intermédio do nosso site - marialuizars.com.br -, vocês acompanham todo o nosso trabalho político e também o trajeto da nossa Cavalgada. Eu quero fazer um agradecimento especial à Secretaria Estadual de Turismo do Rio Grande do Sul, que também se dedicou, que apoiou a minha candidatura. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, antes de mais nada, desejo agradecer à querida Verª Margarete Moraes as palavras elogiosas que dirigiu à minha pessoa, mas extensivo aos seus 35 colegas. A Vereadora mais uma vez mostrou que é uma dama, que foi uma Presidenta competente desta Casa, mas, lamentavelmente, o povo, por alguma coisa, não lhe fez justiça; de qualquer forma, ela é uma excelente Vereadora, foi uma excelente Secretária de Cultura, e tenho a convicção de que continuará servindo onde estiver.

Também devo dizer que fico feliz com o resultado da votação em relação à minha pessoa: pela sexta vez consecutiva sou o mais votado do meu Partido, já no meu décimo mandato. E o Jornal do Comércio diz: “O mais novo Vereador do Rio Grande do Sul é Fernando Oscar Klassmann, do PDT, com 18 anos, em Boa Vista do Buricá. E João Antonio Dib, com 79 anos, em Porto Alegre, é o Vereador mais velho do Estado.” Bem, eu não me considero um Vereador velho, mas um velho Vereador, que é uma coisa bem diferente. Um velho Vereador que acumulou experiência, acumulou juventude e que pretende, ao longo dos quatro anos, com a mesma disposição de sempre, usar essa experiência e cada dia aprender um pouquinho mais, porque não há ninguém que saiba tudo, todos nós, um dia, aprendemos até com aqueles que têm menos preparo cultural do que nós; nós aprendemos com todas as pessoas que se dirigem a nós e aprendemos também ouvindo os nossos Pares aqui na Casa.

Eu vou continuar com o mesmo entusiasmo, com a mesma seriedade e com a mesma responsabilidade. Vou continuar chegando antes da abertura dos trabalhos e saindo depois que os trabalhos se encerram. Vou participar dos debates, vou discutir a Pauta, porque acho que a Pauta é o momento importante, é momento em que nós conhecemos os Projetos que entram na Casa, porque depois fica difícil. Um conselho para os Vereadores que vão assumir: estejam aqui na hora da Pauta para tomarem conhecimento sobre o que está acontecendo.

É importante que todos os Vereadores que vão assumir saibam que a grande missão do Vereador, do Legislador em geral, é o poder de ver, de fiscalizar, não é a preocupação de fazer leis, leis e mais leis. Nós temos as leis necessárias e suficientes para que as coisas andem bem neste País e nesta Cidade, no entanto continuamos fazendo leis e mais leis, muitas leis que não são claras, não são precisas e, muito menos, concisas. Portanto, o que nós precisamos fazer é fiscalizar o cumprimento da lei. E vou dar um exemplo: em 1951, a Lei Complementar - não se chamava Lei Complementar, era a Lei n° 383, mas era o Código de Posturas daquela época -, no seu artigo 24 ou 25, dizia que todas as ruas da Cidade deviam ter, nas suas esquinas, placas identificadoras dos logradouros, isso lá em 1951. Em 1974, o Código de Posturas, de autoria deste Vereador, repete que a Prefeitura deve colocar as placas. A primeira lei dizia a forma de colocar as placas, as quais estão ausentes nas esquinas da nossa Cidade. É mais fácil cobrarmos que essas placas sejam colocadas do que fazer novas leis, até porque eu mesmo fiz duas leis: uma declarando o ano de 1995 como o Ano de Identificação de Logradouros, sancionada pelo Prefeito, aprovada uma Emenda no Orçamento, e nada foi feito. E no ano de 2006 eu fiz a mesma coisa, declarando 2007 como Ano de identificação de Logradouros, e as nossas esquinas estão sem as placas que identificam as nossas ruas.

Portanto, o importante mesmo não é fazer mais leis, o importante é fiscalizar o cumprimento rigoroso da legislação existente, especialmente a execução orçamentária. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; parabéns pela fantástica votação de dez mil votos. Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, amigos que aqui se encontram e os que nos acompanham pelo Canal 16, eu publiquei um santinho no jornal Diário Gaúcho, na capa, um santinho! Eu tive seis banners espalhados pela Cidade, na medida do possível; tive quatro panfleteiros; tive um carro de som, mas tive, acima de tudo, a decência de fazer uma campanha limpa, não usar de subterfúgios, não apelar absolutamente a ninguém para fazer dessa eleição a minha terceira reeleição a Vereador da cidade de Porto Alegre, para poder chegar e dormir tranqüilamente, botar a minha cabeça no travesseiro e ficar absolutamente tranqüilo, coisa que eu tenho certeza de que muitos desses 36 eleitos não terão: essa tranqüilidade de dormir em paz.

Nos bastidores da campanha de 2008 muita coisa aconteceu, e, se eu fosse aqui relatar tudo, nós precisaríamos de 40 minutos, 50 minutos, uma hora para dizer a vocês o que realmente aconteceu pelos muros, pelas ruas, pelas ruas, ganhando asfalto pela madrugada, pela promessa - lamento que não tenhamos aqui os Vereadores, um foi reeleito, e outro eleito pela primeira vez - do sonho da casa própria. Foi profundamente lamentável o que aconteceu! Agora, se o Tribunal Regional Eleitoral é sincero, e é; se ele é justo, e é; ele terá que tomar providências, sim, antes da tomada de posse, para que nós não tenhamos no Rio Grande do Sul aquilo que acontece seguidamente no Norte e no Nordeste do Brasil, algo que condenamos tanto, que criticamos tanto.

Eu quero aproveitar e agradecer, do fundo do meu coração, os 6.375 votos que foram fruto, sim, de um santinho apenas, de seis banners, de quatro panfleteiros, de um carro de som e o corpo a corpo de nossa parte.

Lamento a ausência da Maffei, do Sebenelo, da Neuza, do Brasinha, da Meneghetti, do Nilo Santos, do Nereu. Mas duas pessoas me tocaram o coração profundamente por não conseguirem a reeleição nesta Casa, um deles é o Ervino Besson. Sou testemunha do que fez esse cidadão, do que ele procurou fazer, da decência que ele sempre teve nas suas campanhas, do trabalho que fez, ao longo do tempo, nesta Câmara Municipal de Porto Alegre. Besson, leve contigo a minha dor também, porque a sua dor é minha. A injustiça, o poder econômico, mais uma vez, Besson, falou mais alto nas eleições. Eu estou dizendo o poder econômico, sim, Sr. Adeli Sell! Poder econômico, mutretas e outras coisas mais que aconteceram nesta campanha, e espero que o Tribunal Regional Eleitoral tome as suas providências.

Agora, o que me tocou fundo, o que me machucou, o que me deixou tão muito triste quanto à minha colocação... Porque eu não gostei, não, de ficar em quinto na minha Bancada; não gostei, não; eu sou muito claro no que digo. Pelo que eu fiz aqui, eu merecia uma melhor sorte, mas corri com candidatos que chegaram à minha frente por força do dinheiro. Quase todos que estão à minha frente no PMDB o foram por força do dinheiro, sim! Foi na força das maiores matérias colocadas, foi na força da imposição de uma campanha econômica! Tem limite para se gastar numa campanha. Espero que o TRE realmente exija das pessoas uma prestação de contas, mas uma prestação de contas decente, para que as pessoas possam botar a cabeça no travesseiro tranqüilamente, com a votação adquirida.

Mas, Margarete, é de você que eu queria falar. Você, que é uma das mais perfeitas representantes do Partido dos Trabalhadores; você, que foi uma das mulheres que eu mais vi empenhada como Vereadora desta Casa, pela sua lisura, pela sua postura, pela sua maneira de ser, pelo respeito que você tem pelas outras pessoas; e pela campanha limpa, decente, transparente que, mais uma vez, a senhora fez para que o eleitorado de Porto Alegre, desta feita, não fizesse justiça à senhora, mas sim cometesse a maior injustiça da Câmara Municipal de Porto Alegre, que é a ausência, sim, de Margarete Moraes, do Partido dos Trabalhadores, no período que começa em 2009.

De resto, muito obrigado a você, Patrícia, que foi a minha grande comandante; a você, Vanessa; a você, Carla; Rejane, Dani, Carina, Darlene, que fazem parte do meu time de “haroldetes”, time de mulheres que me empurram para frente, auxiliadas pelo Paulo Furtado, aqui presente, representante lá da Restinga, o “Paulinho, do Haroldo”. Muito obrigado, de coração. Obrigado ao Nei Rios, que está comigo há oito anos; ao René Lacerda e ao Paulo Motta; à Maria e à Tati, do 4° Distrito. A todos vocês que me ajudaram, muito obrigado. E a todos vocês que tiraram desta Câmara a Margarete Moraes e o Ervino Besson o meu profundo lamento. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha nas galerias, público que nos assiste pela TVCâmara, eu queria, em primeiro lugar, saudar a minha Bancada, os guerreiros trabalhistas que foram às ruas prestar contas, mostrar o seu trabalho. Reelegemos a nossa Bancada de cinco Vereadores, entretanto renovamos uma boa parte.

Eu queria saudar, de maneira muito especial, a Verª Neuza Canabarro. Eu sou testemunha do trabalho magnífico que ela desempenhou nesta Casa, o quanto engrandeceu esta Câmara e contribuiu com todos, em especial comigo, Neuza. Tu foste uma excelente colega. Eu tive a oportunidade de conhecer essa guerreira, Vereadora competente, que nos ensinou muito. Muito obrigado, Neuza.

Agradeço ao grande amigo, também, colega Ervino Besson, um grande líder da Zona Sul. E ao nosso Líder, Nereu D’Avila, que por muitos anos nos representou nesta Casa. Também quero saudar o Bosco, que volta com uma bela votação; o Márcio, que agora assume; o Tarciso, que está entrando; e à Juliana, que não nos surpreendeu, realmente fez uma bela votação, merecida, ela será muito bem-vinda a esta Casa. E, de maneira muito especial, agradeço aos 7.565 homens e mulheres, jovens, amigos lá do 4º Distrito, militantes do Movimento Estudantil, líderes comunitários de diversas regiões da Cidade que estiveram nesta campanha ao nosso lado e nos deram a oportunidade de retornar a esta Casa. Foi uma bela votação, estou muito satisfeito por poder continuar o trabalho que a gente vem realizando. De maneira muito especial, refiro-me ao nosso 4º Distrito; a gente tem uma grande obrigação, vamos honrar o voto de cada eleitor que nos deu oportunidade, que saiu de casa no domingo e foi votar na gente.

Mas temos, para a próxima Legislatura e também ainda no final desta, Projetos importantes a serem votados na Casa. E este Vereador quer se dedicar de corpo e alma. Temos o Plano Diretor, que a gente tem a expectativa de votar ainda este ano; o Plano Diretor Cicloviário, que foi também enviado pelo Executivo - e há uma expectativa muito grande daqueles que usam a bicicleta, daqueles milhares de trabalhadores que saem das suas casas, vão para o seu trabalho, retornam, usando esse modelo de transporte. O Executivo enviou o Projeto para esta Casa, que já fez uma Audiência Pública e agora deve, ainda nesta Legislatura, ou talvez na próxima, votar este Projeto, que nos dá a expectativa de ter uma Cidade com esse modelo de transporte, hoje muito usado por trabalhadores da periferia e de diversas regiões da Cidade.

Também queria dizer que está tramitando na Casa um Projeto que tive oportunidade de discutir em muitos lugares que visitei, que é o Projeto do Circuito dos Bares. Temos a expectativa de poder, ainda este ano, dar à Cidade esse modelo de transporte circular - depois da tolerância zero ao álcool, não se teve um transporte alternativo - e garantir os milhares de empregos oriundos dos bares e restaurantes da noite. Muito obrigado. Mais uma vez agradeço a oportunidade de continuar Vereador desta Cidade. Tenho o maior orgulho de estar ocupando esta cadeira.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o meu Partido elegeu dois Vereadores para a próxima Legislatura. Eu, graças a Deus e ao trabalho que foi realizado, fui o primeiro colocado no Partido, obtive 3.576 votos; não foram muitos votos, mas foi a maior votação do Partido; logo após, vem Mario Manfro.

Quero aqui fazer um lamento sincero por um grande companheiro, um amigo, um homem muito competente, o Ver. Claudio Sebenelo, que ainda não conseguiu cadeira para o próximo mandato. Estou dizendo “ainda”, porque é claro que ainda existe possibilidade, diante do quadro de negociações que se estabelece nesta Cidade.

E não sei se é vontade do jornalista ou má-informação; não sei o que é, Ver. Guilherme Barbosa, mas o meu amigo, inclusive, o jornalista Flávio Pereira, recebeu uma informação do Paulão, que faz o programa Polícia em Ação; o Paulão disse para o Flávio Pereira que, se porventura ele ganhar no TSE, os votos que ele fez e que não foram computados - cerca de três mil e duzentos votos - mudariam o coeficiente eleitoral. E, mudando o coeficiente eleitoral, o PSDB perde uma cadeira; eles afirmam que a cadeira seria a minha. Eu não sei por que eles querem tomar a minha cadeira, que é a primeira; eles tinham que tomar a segunda, para depois tomar a primeira. Então, esse desejo que alguns jornalistas têm de me ver fora da Câmara Municipal...vai ter que esperar um pouco mais, porque não vai ser assim, não vai ser dessa forma que vai acontecer.

E também vejo o seguinte: até hoje os Tribunais não reconheceram o registro de candidaturas atrasadas. Se a candidatura tem o registro feito depois do prazo, ela não tem validade. Isso foi discutido no TRE, e o Paulão perdeu aqui; ele discute agora no TSE. Não vejo, realmente, nenhuma possibilidade de ele ganhar essa disputa, até porque, uma vez, o próprio Nelson Marchezan não foi empossado como Deputado Federal por causa de um atraso no seu registro de candidatura. O registro de candidatura do Marchezan, naquela oportunidade, entrou de forma atrasada, por isso ele não pôde exercer o seu mandato como Deputado Federal. Então, não acredito que o meu amigo Mario Manfro, que é o segundo colocado na disputa do Partido, perca a sua cadeira se, porventura, aconteça essa mudança de coeficiente. Não acredito que o meu amigo Mario Manfro vá perder essa cadeira, tenho plena convicção de que o PSDB vai manter, aqui, os seus dois representantes e, quem sabe, podendo chegar a ter uma representação diferente do que aquela que foi anunciada até agora.

Mas quero, também, minha amiga Margarete Moraes, endossar as palavras do meu amigo Haroldo, estendendo essas palavras a todos aqueles que não conseguiram a reeleição. Sempre tive uma relação muito boa com V. Exª, Vereadora, e realmente lamento essa “quase” impossibilidade - porque a gente nunca sabe o que vai acontecer ali adiante, pode V. Exª continuar aqui.

Quero dizer que o meu querido amigo Claudio Sebenelo honrou, e muito, esta Câmara, como companheiro de Bancada, durante esses dois mandatos em que estivemos juntos aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre. Assim também quero cumprimentar o meu amigo Ismael Heinen, a minha amiga Neuza Canabarro, a quem aprendi a respeitar e a admirar, exatamente por todo o trabalho que ela já havia feito antes de ser Vereadora e, depois, aqui, como companheira nesta Câmara Municipal. Eu sei de muitos que ainda não estão eleitos, como é o caso do Ver. Nereu, do Ver. Dr. Raul, e de outros que esperam o 2º turno para confirmar suas presenças na nossa Câmara Municipal. Isso é muito bom.

O meu amigo Caetano resolveu não concorrer; o Guilherme, que foi um excelente Vereador, a quem elogiei por muitas vezes, muito embora tenhamos tido muitas brigas durante todo o tempo em que convivemos nesta Câmara Municipal, mas sou obrigado a reconhecer que V. Exª, realmente, sempre qualificou muito esta Câmara Municipal com os seus posicionamentos... Cumprimento a minha amiga Maria Luiza, quero dizer da minha admiração por V. Exa; também o meu amigo Brasinha, que, com certeza, vai continuar por aqui, muito embora ainda não esteja como Titular na nossa Câmara Municipal. Cumprimento a todos.

Vivo nesta Câmara há 26 anos e não construí nenhuma inimizade nesse tempo. Construo adversários momentâneos, o que é absolutamente normal no jogo democrático, mas não tenho inimigos políticos e quero continuar a minha vida exatamente assim. E há aquelas pessoas que idolatro, pessoas de que gosto, pessoas que eu realmente gostaria de ter como companheiros - essas pessoas eu faço questão de exaltar sempre quando falo e quando me posiciono em qualquer lugar na sociedade. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum a fim de entrarmos na Ordem do Dia.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte

 

PROC. Nº 4882/06 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 210/06, de autoria da Verª Margarete Moraes, que institui a Feira de Artesanato da Praça Nações Unidas como evento cultural e comercial do Município, que funcionará aos sábados, das 14h (quatorze horas) às 18h (dezoito horas), e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela manutenção do Veto Total;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela rejeição do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela rejeição do Veto Total (empatado);

- da CECE. Relator Ver. Mauro Zacher: pela manutenção do Veto Total;

- da COSMAM. Relatora Verª Maria Celeste: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 06-10-08.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 07-10-08 (terça-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 210/06, com Veto Total. (Pausa.)

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 210/06, com Veto Total.

Solicito ao Ver. Claudio Sebenelo que assuma a presidência.

 

(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, este Veto do Sr. Prefeito guarda grande coerência com os conceitos deste Governo, Verª Margarete, conceitos completamente contraditórios e opostos aos nossos. A nossa Bancada tem muita clareza de que vivemos num País capitalista, com profundas desigualdades sociais, um País que vem avançando nas políticas sociais com a proteção dos mais pobres por meio das políticas públicas do Governo Lula, com iniciativas como a Economia Solidária, como as Feiras Populares, que são fundamentais para criar um espaço de sobrevivência e dignidade para a população. Nós temos o maior respeito pelas pessoas que, com muito sacrifício, se organizam, compram uma carrocinha e vão viver da reciclagem do papel; que, com muito sacrifício, compram um tecido na noite e, no outro dia, vendem um abrigo lá na Rua da Praia, às 17 horas, debaixo de chuva, sol, vento, em sábados e domingos, porque foi o jeito digno e honesto que encontraram para sobreviver. Nós compreendemos que isso incomoda muita gente. É muito difícil conviver com a pobreza e miséria ao seu lado, e alguns tendem a se proteger querendo que elas saiam da nossa frente, das estradas, das ruas, do Centro, especialmente.

Só que uma sociedade democrática não vai ser resultado de pessoas, de políticos e gestores que fecham os olhos para essa realidade, que preferem a ignorar, que preferem atender à simplicidade da higienização, da limpeza, do afastamento e da segregação. Com a segregação nós só criamos violência, nós só criamos mais revolta, nós só criamos mais miséria e mais ignorância. Todas as iniciativas públicas para a construção de espaços no qual o talento e o esforço das pessoas que não têm empregos formais possam se manifestar, criando alternativas de sobrevivência, são muito importantes. A economia popular solidária não sobrevive sem ações de Governo, no entanto encontramos neste Governo ações para a retirada desses espaços, para a despotencialização da luta pela sobrevivência de tantas pessoas, homens e mulheres, que encontraram nesse mercado informal uma forma de dignidade.

O que a Verª Margarete propõe - organizar esta feira na Praça Nações Unidas - é uma importante iniciativa, algo que já aconteceu em muitos lugares, pela vida, pela ação espontânea das pessoas, pela organização comunitária das pessoas; e nós precisamos disso, dessa rede, dessa teia social se organizando num local, num bairro, numa rua vazia, que é o lugar da delinqüência, é o lugar da violência; uma rua escura, sem vida, é um lugar onde vamos ter que botar brigadianos, segurança, câmeras de vídeo. Então trabalhar com a humanização, trabalhar o espaço público combinado com a iniciativa de sobrevivência é para nós uma condição mínima para enfrentar a situação de desemprego, a situação ainda de falta de oportunidade dos seres humanos para sobreviverem através do trabalho.

Portanto, Verª Margarete, eu não concordo com o Veto. Quero aproveitar e dizer que ontem pela manhã foi desmarcada uma reunião exatamente com os ambulantes, uma reunião importantíssima que o Governo já desmarcou duas vezes, Ver. Guilherme - ontem pela manhã, uma reunião que é dramática na vida dos ambulantes que irão para o camelódromo, pois é muito caro, não é popular, e há pontos sendo vendidos. E acontece nessa mesma ótica, Verª Margarete, o não olhar para quem precisa sobreviver dignamente em espaços do comércio informal, nessa mesma lógica. Por isso eu dizia que é incoerente, o Governo Municipal, em vez de enfrentar a usurpação privada daquela área do camelódromo, a exploração com venda ilegal de pontos; em vez de enfrentar, controlar, de fazer um cálculo total daquele investimento e baratear os custos para os camelôs irem para dentro, para de fato terem sucesso, protela as reuniões, não encaminha, não faz a mediação e, veja, coerentemente veta o seu Projeto, que é uma bela iniciativa, Verª Margarete.

Eu quero aqui me somar à fala dos Vereadores sobre a sua ausência, Vereadora, que será notada. Acho que ganharemos as eleições em Porto Alegre, então V. Exª voltará, porque alguns serão Secretários, mas a Cidade deveria tê-la reconduzido por sua postura de esquerda, humanitária, inclusiva nas políticas públicas e nos votos concedidos nesta Câmara. Nós só temos a lamentar quanto a isso, mas sabemos que a eleição não necessariamente é resultado do trabalho e de posições corretas. De fato, o poder econômico desvirtua muito o voto do cidadão. Estamos longe da democracia plena. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 210/06, com Veto Total, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; eu fiquei espantada com o Veto, não consigo compreender as razões, porque existem muitas feiras na Cidade, inclusive de autoria de Vereadores desta Casa. A Praça das Nações Unidas fica entre Petrópolis e Jardim Botânico, é uma Praça que tem um traçado diferente, mas poderíamos localizar a feira entre a Rua Artigas e a Rua Felizardo. É uma Praça muito bonita, aprazível; há uns dez anos, as pessoas levavam os seus filhos na Praça, que era muito bem freqüentada pelos vizinhos. No entanto, nessa Praça houve muita violência, muita briga, inclusive mataram uma pessoa lá. E há todo um interesse dos vizinhos, da população, de que se renove a Praça, de que as pessoas voltem a usá-la. E eu tenho certeza de que o que civiliza um local é o seu uso, então é preciso incentivar no sentido de que as pessoas voltem à Praça.

Quero fazer um reconhecimento público ao Ver. João Bosco Vaz: quando era Secretário de Esportes, ele contribuiu muito com a reposição dos equipamentos, a exemplo da bocha, das redes na cancha de basquete, tudo isso sempre com muito boa vontade e muito respeito pelo trabalho do Vereador. E essa não foi a postura do Ver. Maurício Dziedricki, porque... Quero dizer que este é um Veto político, mesquinho; eu morava lá perto da Praça, faz cinco meses, Verª Sofia Cavedon, não moro mais, e o Ver. Maurício morava lá também, atrás da minha casa. Então, todas as questões que nós solicitávamos à Praça, se iam para a SMOV, não aconteciam; se iam para a SME, aconteciam tranqüilamente. Eu vejo como um Veto político. Fazia tempo que eu não ia lá, fui votar e vi que todas as ruas em volta da Praça estão asfaltadas, milagrosamente, assim, da noite para o dia.

Vejo isso como um Veto muito mesquinho, porque as feiras têm várias funções; a primeira é cultural, de aproximar as pessoas, de as levar para o espaço público, de ser um espaço aprazível, um espaço do encontro da amizade, dos vizinhos se reverem. Eu acho muito mais saudável ir à praça do que ficar em casa à mercê das novelas, da televisão. Depois, é um momento em que os artesãos têm a oportunidade de mostrar a sua criatividade, o seu trabalho, a sua arte. É um espaço, portanto, de criatividade, de difusão do trabalho das pessoas, porque ninguém canta, dança, pinta ou borda para si mesmo, as pessoas querem ser reconhecidas. E as feiras têm uma outra função, que muito bem a Verª Sofia Cavedon falou, que é a de geração de renda, de um trabalho que é único. O artesanato se distingue do trabalho industrial, que pasteuriza tudo, que deixa tudo igual; o artesanato é um trabalho único, de cada um, e eles querem também contribuir para a sua renda doméstica.

Portanto, eu peço aos Vereadores e Vereadoras desta Casa que derrubem o Veto do Prefeito, porque não há razão, a não ser razões que dizem respeito à mesquinharia política, representada aqui pelo Ver. Maurício Dziedricki, que representa o Governo desta Cidade.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª Margarete Moraes.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 210/06, com Veto Total.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, os Projetos que vão na direção de construir novas feiras, a favor de artesanatos, artes plásticas e culinária são Projetos, eu acredito, de inclusão social. Porque, se observarmos - também para quem tem relação com esses cidadãos e cidadãs -, vamos verificar que grande parte desses cidadãos são pessoas desempregadas, ou são pessoas que têm uma certa idade, portanto estão aposentadas, e o recurso de sua aposentadoria não dá sustentabilidade à sua família. Portanto, a grande maioria dos artesãos, das artesãs, ou de quem trabalha nas artes plásticas ou na culinária procuram outro meio de poder manter a sua família.

E estes Vetos apresentados pelo atual Governo vão na contramão daquilo que é o discurso real do próprio Prefeito, de que ele faz inclusão. Não faz inclusão! Nós temos que olhar para os pequenos também, nós temos que ter uma política adequada a essa pessoa que procura um espaço público - ela não está atrapalhando ninguém, como é o caso aqui da Praça, num sábado ou domingo - para disponibilizar ali sua arte, sua cultura aos cidadãos e às cidadãs, para ali poder vender o fruto do seu trabalho, das suas mãos, uma arte que é produzida para seu sustento.Portanto é equivocada a iniciativa do Prefeito de vetar um Projeto tão simples - pequeno diante de tantos Projetos complicados que passaram por aqui -, que autoriza a colocação de vinte, trinta ou quarenta bancas dos diversos segmentos da sociedade para vender um produto de artesanato. Só em Porto Alegre são mais de vinte mil artesãos; no Estado, o número ultrapassa cinqüenta mil.

Nós temos que ter a coragem, a iniciativa de propor ao Executivo no sentido de que essa política poderá ser implementada se criarmos o Conselho Municipal do Artesanato, que é um Projeto meu, está circulando nesta Casa, e o Governo até então não se posicionou. É de extrema importância, porque essas políticas de inclusão relacionadas ao artesanato, às artes plásticas e à culinária poderiam ser feitas pelo Conselho Municipal do Artesanato. Mas, enquanto isso não acontece, é louvável a iniciativa da Verª Margarete Moraes, que quer constituir essa pequena feira. Inclusive, é uma demanda da região, dos cidadãos, que procuraram a Vereadora para poder instituir esse espaço na Praça das Nações Unidas. O intuito é de poder atender aos cidadãos e às cidadãs que estão ali e que querem expor seu produto, sua arte, sua cultura para que todos que por ali passam possam, quem sabe, adquirir e ajudar as famílias que precisam.

Acredito que o Governo não está sensível a essas iniciativas, poderia ser muito mais sensível; eu até acredito que o Prefeito nem sabe disso, porque muitas coisas vão para os governantes assinar, e não passam para ele o que aquilo representa, porque é uma coisa tão pequena, que ele não sofreria nenhum desgaste político de ouvir aqui a manifestação dos Vereadores contrários a um Projeto que é de extrema importância, mas que não interfere em nada no Poder Executivo. A feira ocuparia um pequeno espaço na Praça, ou poderia ser numa rua no final de semana, quando o trânsito é mais lento, possibilitando que aquele Bairro, aquela região, tenha acesso, dando oportunidade a essas pessoas que sobrevivem, eu até diria, dessa parte da renda para o sustento da sua família, para que complementarem as despesas do seu lar.

Portanto, eu me somo à iniciativa da Verª Margarete Moraes de derrubar o Veto do Prefeito, porque, em todos esses processos e projetos de iniciativa popular e de inclusão social, nós devemos ter a sensibilidade de abrir muito mais oportunidades para o cidadão, inclusive para que o local se torne um cartão-postal da Cidade, como é o Brique da Redenção aos sábados e domingos. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. Aldacir Oliboni.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 210/06, com Veto Total.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Claudio Sebenelo, colegas Vereadoras e Vereadores, vim aqui para defender a proposição da nobre colega, Líder da minha Bancada, Verª Margarete Moraes. Não consigo entender o Veto deste Governo. Nós já aprovamos, inclusive eu aprovei, e foi aceita pelo Governo, a criação de um brique, de uma feira durante a atual gestão, Verª Sofia, na frente do Mercado Público Bom Fim. Foi nesta gestão. Eu organizei informalmente, porque havia o problema de o pessoal usar o areão em cima do Parque Farroupilha; organizei o Brique informalmente, controlei e fiscalizei durante a minha gestão na SMIC. Posteriormente, o Governo manteve, e eu oficializei aquilo que existia! Então não estou entendendo; é um Veto político!

Agora resolveram que, se algo é da oposição, não vão aceitar. Nós temos que derrubar, sim, o Veto, porque o Projeto parte de uma necessidade. Não há espaços para o artesanato em Porto Alegre; este Governo abandonou a política da economia popular e solidária: o artesanato. O coordenador dessa área tem tratado de uma forma desrespeitosa os feirantes; confunde artesanato com venda de bugiganga; confunde artesão com camelô; não sabe distinguir o que é um vendedor de produtos como a cocada e o nosso tradicional pé-de-moleque; queria que o vendedor de balas do Centro da Cidade - que está no terminal de ônibus, que não é um camelô, é ambulante, vende água ou bombons num cestinho - fosse para o camelódromo. É um negócio completamente absurdo. É uma atitude de quem não entende, de quem não tem condições de gestão. Então, não dá!

Nós precisamos, hoje, fazer isto: derrotar este Veto. É um equívoco! Já aprovamos na gestão passada um Projeto do Ver. Pestana, e eu discuti o Projeto com o Vereador. A minha chefia de gabinete escreveu uma Resolução sobre a forma de oficializar o que já foi aprovado pela Câmara, que é o brique do Parque Marinha do Brasil, no espaço do areão, que não está sendo utilizado para nada. Nós precisamos, na área do artesanato, ter mais formação, mais ajuda para qualificação, e o que faz a Prefeitura? Nada, absolutamente nada! Por isso eu estou aqui para discutir este Veto. Não cabe, não é correto, é mesquinharia, é picuinha de quem quer se colocar contra a Ver. Margarete Moraes, pelo fato de ela ser a Líder da oposição. É mera disputa política, é perseguição política, como tem feito este Governo sistematicamente com aqueles que não concordam com ele.

Mas, como neste Município existe a democracia na raiz da sua formação, não passarão essas idéias retrógradas de se colocar contra alguém só porque é do Partido adversário. Nem na época da ditadura se faziam tantas besteiras, tantas truculências como eu tenho visto durante esta gestão. Nem naquela época - na época das dificuldades, dos cacetes, do camburão e da repressão. Hoje nós vivemos numa democracia, mas numa democracia de cabeça virada. Por isso queremos defender essa questão. Não cuidaram do brique da Zona Norte, acabaram com o brique da Zona Norte, lá no Lindóia. Na Zona Norte não há nenhum espaço de artesanato também. Agora, com um espaço ali na Praça Nações Unidas, numa outra região da Cidade, num outro foco, em que haverá uma outra forma de fazer as pessoas se aglutinarem em torno de uma feirinha, eles não concordam. Este é um Governo que não tem nenhum cuidado com a economia popular e solidária, não tem nenhum respeito pelo artesão, e nós temos que mostrar que esta Câmara, sim, defende essas posições, derrotando o Veto do Sr. Prefeito. Muito obrigado.

E não foi fortuito também em relação a quem deu o Parecer.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Adeli Sell.

O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLL nº 210/06, com Veto Total.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem, eu venho a esta tribuna no sentido de, diante deste Veto, trazer uma colaboração de alguém que há vinte anos está no Bairro, que presidiu o Petrópole Tênis Clube, que é junto à Praça Nações Unidas. Conheço a região, já morei ali, já morei na Rua Chile, bem próxima à Praça, e na Rua Riveira, que é mais acima. A gente vê que, ao longo do Governo Fogaça, houve uma revitalização muito grande daquela Praça, uma praça que teve episódios de violência, mas que hoje é muito mais adequada, onde as pessoas da comunidade se reúnem, onde há espaço para o chimarrão, para a solidariedade; onde, inclusive, eventualmente são realizadas feiras de saúde e outros eventos. Então, acreditamos que seria um benefício para a comunidade; a existência dessa feira no local revitalizaria a comunidade. Independentemente de ter sido proposta por A, B, ou C, acredito que a comunidade realmente vai se beneficiar de uma feira de artesanato ali, porque vai se criar um novo ciclo social, econômico e de desenvolvimento para algumas pessoas da região.

Acho importante que nós, como Vereadores, possamos fazer com que isso se torne realidade naquele local, no sentido de trazer uma nova integração àquela comunidade, ampliar essa integração já existente e fazendo com que a nossa Cidade tenha outros pontos turísticos, outras ações que possam fazer com que a cidadania se expresse de uma maneira determinada. Um sábado à tarde é um momento muito oportuno para esse tipo de encontro. Acreditamos na importância da instalação de uma feira de artesanato naquele local, o que vai beneficiar uma série de pessoas e criar um novo clima, apesar de já haver um clima bom na Praça, mas irá estabelecer uma nova relação com a comunidade, só irá ampliar, na realidade, uma ação social que ali já existe, fazendo com que haja, efetivamente, um número maior de pessoas circulando, consumindo, podendo, através do artesanato, expressar a questão cultural, a questão de ações no local, para que a gente possa fazer com que isso se expresse naquela comunidade. Acredito que vai ser um bem para todos, e é assim que eu me posiciono neste momento. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Dr. Raul.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 210/06, com Veto Total.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, se eu soubesse que não havia mais inscritos, até teria desistido da minha participação no debate.

Eu ouvi os Vereadores que colocaram as suas razões para rejeitarem o Veto de S. Exª o Sr. Prefeito, mas vou ficar com a sensatez do pronunciamento do Ver. Dr. Raul, que é um Vereador que conhece a área, conhece muito bem. Também entendo que as razões colocadas para o Veto não são as mais rigorosas; acho que pode ser feita, sem dúvida nenhuma, a feira proposta pela Verª Margarete Moraes, principalmente porque a Prefeitura pode disciplinar a forma de usar a Praça. E serão quatro horas por semana. Acho que vai ser um atrativo até para manter a Praça em condições; até para que a população chegue mais àquela Praça.

Portanto vou votar contrariamente ao Veto de S. Exª o Sr. Prefeito e favoravelmente ao Projeto, em razão da sensata colocação do Ver. Dr. Raul e também da Exposição de Motivos da Verª Margarete Moraes. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. João Antonio Dib. Encerrada a discussão.

Em votação nominal o PLL nº 210/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO o Projeto por 22 votos SIM. Rejeitado o Veto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4106/06 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 180/06, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera o inciso I do art. 3º da Lei n. 9.989, de 5 de junho de 2006, que assegura aos estudantes matriculados em estabelecimentos de ensino regular e aos jovens com até 15 (quinze) anos o direito ao pagamento de meia-entrada em atividades culturais e esportivas e dá outras providências, incluindo a Caderneta de Passagem Escolar e o cartão magnético destinado à passagem escolar (TRI) como documentos de identificação hábeis para a concessão desse benefício.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela manutenção do Veto Total;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela manutenção do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. Ervino Besson: pela manutenção do Veto Total;

- da CECE. Relator Ver. João Antonio Dib: pela manutenção do Veto Total;

- da COSMAM. Relatora Verª Neuza Canabarro: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 06-10-08.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 07-10-08 (terça-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em discussão o PLL nº 180/06, com Veto Total.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Todas as Comissões se manifestaram pela manutenção do Veto Total. Portanto elas se manifestaram pelo “não”, votar “não”; e, como houve unanimidade, acho que o Veto é aceito de pleno, porque, se todas as Comissões rejeitaram o Projeto, ele está rejeitado.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Seria na circulação normal do Projeto na Casa; já o Veto não está submetido a esse regulamento.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 180/06, com Veto Total.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16: lá, em 14 de setembro de 2006, o Ver. Paulo Odone, na CCJ - Comissão de Constituição e Justiça -, dava Parecer, Ver. Brasinha, favorável ao Projeto. Foi a partir daí que este Projeto obteve êxito nas demais Comissões, e percebeu o Ver. Odone - cabe aqui fazer esta lembrança - que é preciso, sim, estendermos a meia-entrada aos estudantes que mais precisam. E quem são os estudantes que mais precisam? São aqueles encaminhados pelos grêmios estudantis e DCEs, e não da UNE e da UFRGS somente. Pois esses estudantes encaminhados dos DCEs e grêmios estudantis à EPTC, que emite o cartão Tri em que está escrito, Ver. Haroldo de Souza, “carteira escolar”... Essa carteira escolar, Ver. Sebenelo, nobre Presidente dos trabalhos, hoje já é aceita nos meios de comunicação, portanto já é aceita nas casas de espetáculos. Nós estamos regulamentando uma coisa que já existe, só que não existe lei para tal. Estamos incluindo a carteira escolar. Nada de novo! Se votarmos contra, estaremos votando contra uma iniciativa do próprio Governo, que emite o cartão Tri, carteira escolar! Nós estamos ampliando a carteira escolar.

Por isso tenho certeza absoluta de que também este Veto não foi discutido com o Prefeito. Há coisas que não entendemos. Sinceramente não há coerência em querer defender a ampliação do número de pessoas com acesso ao cinema, às casas de espetáculos, enfim, e vetar uma coisa que ele mesmo faz: a carteira escolar emitida pela EPTC, um órgão do Governo Municipal. Hoje, inclusive, os grêmios estudantis e DCEs sobrevivem com uma pequena taxa de R$ 12,00, quando encaminham para a EPTC fazer a carteira escolar. Nós estamos regulamentando uma coisa que existe, que é legal, e as casas de espetáculos estão aceitando. Estamos ampliando, Ver. Bosco, por isso a gente fica até indignado com essas coisas, porque os Vereadores têm iniciativas, e o Governo vem com essa. Pára aí, tchê! Vamos ter coerência, dignidade e oportunizar a que as pessoas tenham acesso à cultura! Nós temos que ter coerência. Os jovens precisam, sim, estar ocupados? Claro que precisam, mas eles têm que ter oportunidade de acesso. Se nós não oportunizamos acesso a essas pessoas, nós, é claro, vamos deixá-las ficarem onde? Todos nós sabemos.

Quero pedir aqui apoio aos nobres colegas Vereadores para derrubar este Veto. A Câmara tem que ser respeitada também, há tantas coisas boas que podem ser propostas, mas aí chega no Executivo, e somos barrados. Parece que não há uma discussão, nem mesmo uma consulta aos órgãos interessados, que pediram para aprovar este Projeto, para encaminhar. Lá, em 2006, o Ver. Paulo Odone aprovou, por unanimidade, na Comissão de Constituição e Justiça. Isso não é brincadeira! Vamos aqui pedir apoio aos nobres Vereadores, sinceramente, para derrubar este Veto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 180/06, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Claudio Sebenelo, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Aldacir Oliboni, eu não consigo compreender e não consegui ler no Processo se esse posicionamento do Governo é assinado pela Secretaria da Juventude. Porque este Governo se vangloria de ter criado a Secretaria da Juventude em que estava o Ver. Mauro Zacher. E essa Secretaria, eu penso, deveria ser vigilante. Eu fui contrária à sua criação, porque não entendo que é possível fazer políticas pela juventude a partir de um ponto, e sim a partir de um ponto acima das demais Secretarias, porque política de juventude passa pela política de educação, por política de saúde, esporte e lazer, de cultura, e, se não há uma hierarquia determinando essa transversalidade, ou seja, se não há uma prioridade estabelecida pelo Prefeito, ou pela Prefeita da Cidade, as coisas não vão acontecer.

Bem, fizemos esse debate há três anos, e aqui está um exemplo emblemático disso: os nossos estudantes, os nossos jovens, já têm muitas barreiras, é difícil para um jovem, filho de trabalhadores, chegar à escola de Ensino Médio. Eu tenho um Projeto de Lei tramitando que estende o Programa Vou à Escola ao Ensino Médio, nós vamos fazer esse debate, vou priorizar que nós votemos o Projeto. Porque, hoje, o jovem que é filho de trabalhadores da reciclagem da Vila Dique tem dificuldade de fazer a carteira estudantil, inclusive encaminhei uma lista desses jovens ao Ministério Público, Ver. Luiz Braz, porque são filhos de coletadores, é difícil para eles fazer as carteirinhas estudantis, há um custo para isso, para se movimentarem, para virem ao Centro, ou irem à UMESPA fazer, já há custo para esses, que sobrevivem no dia-a-dia, recolhendo dinheiro nas ruas da Cidade. Então, eles não conseguem nem manter a meia-passagem para irem à escola de Ensino Médio.

E este Projeto visa a democratizar, a utilizar não só a carteira estudantil - não é, Ver. Aldacir Oliboni? -, mas a carteira do Tri também. Hoje o estudante prova que é estudante com essas diferentes carteiras e entra no espetáculo com um preço menor, Ver. Mauro. Eu queria que V. Exª ajudasse aqui a defender essa democratização. Não basta a carteirinha que ele faz na escola, agora, para pagar meia-entrada no cinema, ele vai ter que fazer a outra, a única carteira possível, que é pela UMESPA, aí é outro deslocamento, é outra passagem, é outra burocracia, e nós temos que facilitar a vida dos estudantes.

E concordo com o Ver. Oliboni quando ele diz que nós também temos que valorizar a organização dos grêmios estudantis, Ver. Haroldo. Essa experiência de organização que a gente tem lá na escola de Ensino Médio é fundamental para os jovens exercerem a democracia depois, quer dizer, viver uma representação estudantil, responsabilizar-se pela taxinha que recolhem para encaminhar, para fazer a carteira, prestar contas para os seus colegas, fazer um trabalho transparente. Mas, para isso, precisam dar valor a essa carteira que encaminham, e não esvaziar de poder essa carteira, porque aí nós esvaziamos... Já é tão difícil organizar grêmio estudantil nas escolas, já é tão difícil oportunizar aos jovens essa vivência de democracia, de liderança, de representação dos seus colegas...

Então, a iniciativa é importante, eu não creio que a Secretaria da Juventude, que a Secretária Juliana, tenha avaliado e avalizado este Veto, Ver. Oliboni. Eu não consigo acreditar nisso, porque os nossos jovens, que defendem, que se colocam como arautos ou os que falam em nome da juventude, não podem concordar com mais burocratização. A juventude não gosta de burocratização; a juventude gosta de liberdade, gosta da fala direta, gosta de ter acesso e merece isso. Acho que este Veto cria mais barreiras para que hoje, de fato... Já existe, já é aceita a carteira estudantil, vamos regulamentá-la. Por que o Governo Fogaça é contrário? Só posso entender que a Secretaria da Juventude para ele não é prioridade, foi apenas uma “laranja de amostra”. Acho que ele tem que mostrar é na política pública, real, do dia-a-dia, que tem compromisso, que tem prioridade com a juventude.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Verª Sofia Cavedon.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 180/06, com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Claudio Sebenelo, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, sempre que um Projeto de Lei quer trazer algum tipo de benefício, como esse que está sendo apontado agora, que é o pagamento de meia-passagem ou de meia-entrada, alguém paga por isso. E, normalmente, quem é prejudicado com esses benefícios concedidos é o homem mais simples, aquele que não tem direito a absolutamente nada. Com relação ao transporte coletivo, nós já estamos cometendo, por exemplo, algumas injustiças, que temos que começar pelo menos a discutir nesta Casa. Existem determinadas categorias que pagam meia-passagem no transporte público, e, Ver. João Bosco Vaz, o conjunto da sociedade - às vezes pessoas muito pobres - tem de arcar com o custo mais elevado da passagem. Ora, o que seria, Verª Sofia, o lógico? O lógico seria que pudéssemos reduzir esses benefícios que são concedidos aos borbotões, para que a passagem, no caso dos ônibus, possa ser mais barata para todos.

No caso dos espetáculos de cultura, não vamos conseguir que toda a população, inclusive a mais carente, seja atraída para os espetáculos de cultura. Isso é claro! O que eu tenho de fazer? Tenho de baixar o preço desses espetáculos. Mas, no momento em que ofereço meia-passagem ou meia-entrada para alguém, o que estou fazendo? Eu tenho de encarecer o preço final daquele ingresso, porque, se eu não fizer isso, não terei possibilidade de arcar com os custos da cultura, que são, na verdade, muito altos. Meu amigo Ver. Aldacir Oliboni, sei do seu bom espírito de querer beneficiar os estudantes com o seu Projeto, mas V. Exª, beneficiando uma categoria, estará, com toda a certeza, fazendo com que alguém pague esse custo. Vossa Excelência sabe que não há benefício de graça, alguém sempre paga.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sei que é importante poder fazer este esclarecimento. A carteira da passagem escolar, emitida pela EPTC, quando encaminhada pelo grêmio estudantil, do DCE, acaba trazendo esse benefício da carteira escolar para a meia-entrada, porque vão comprar a passagem escolar, mas ela já é constituída para as casas de espetáculos como meia-entrada.

O estudante, hoje, geralmente possui essa carteira da passagem escolar, porque a outra carteira, que é a carteira estudantil, emitida pela UNE e pela USB, nem 10% dos estudantes a possui. Hoje, mais de 80% deles possuem a carteira escolar, que já funciona e não traz nenhuma oneração, nenhum custo para o estudante, ou para a casa de espetáculo. O benefício já está sendo concedido.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Imagine, Ver. Oliboni, com o Projeto de V. Exª - porque senão não se justificaria o Projeto -, mais estudantes vão ter meia-passagem, porque senão não é justo. Para que o seu Projeto, então, se são os mesmos que vão pagar meia-entrada? Se são os mesmos que vão pagar, então não é necessário seu Projeto. Se você V. Exª está entrando com um Projeto, é porque está ampliando o número daqueles que serão beneficiados. Ora, no momento em que V. Exª amplia o quadro dos beneficiados, com toda a certeza também estará fazendo com que a passagem final, com que a entrada final sejam mais caras, porque, afinal de contas, o custo desse espetáculo tem que ser pago.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não, Vereador, é que já está sendo concedido isso, está funcionando como uma liminar. Hoje está funcionando por uma liminar dos grêmios estudantis e dos DCEs. Com isso passa a valer o Projeto de Lei, a liminar cai. Essa foi uma solicitação dos próprios grêmios estudantis e DCEs, eles solicitaram o Projeto. Isso pode ser trazido aqui por alguns Vereadores que sabem do tema, que acompanharam a solicitação desses grêmios estudantis e DCEs. Nós estamos buscando, recuperando, trazendo para o conjunto dos benefícios a carteira escolar. Estamos, então, ampliando um novo documento apenas.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vossa Excelência está dizendo que não vai beneficiar nenhum estudante a mais?

 

O Sr. Aldacir Oliboni: Vai beneficiar, porque vai regularizar, de certa forma, o que já existe.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Então, vai beneficiar. Está certo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Luiz Braz.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL nº 180/06.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Brasil têm dois grandes males: muita gente fala do que não entende, e muita gente dá o que não é seu. Esse é o caso de alguém querendo dar o que não é seu. Eu tenho saudades da Câmara de 21 Vereadores e três Comissões; não haveria tantos discursos, e logo entenderíamos que todas as Comissões rejeitaram o Projeto. Eu já vou colocando a V. Exª para que a Comissão de Justiça - não hoje, mas oportunamente - decida se esta manutenção do Veto em todas as Comissões não significa que o Projeto foi rejeitado, porque “não” rejeita o Projeto e aceita o Veto. Ora, se o Veto está sendo aceito, é um “não” de todos. Portanto, não tínhamos que discutir, não tínhamos que perder tempo, na verdade o problema era só de aceitarmos o Veto, porque todas as Comissões o aceitaram, e não sei o que nós estamos discutindo aqui e agora. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Ver. João Antonio Dib, a Mesa recebe o Requerimento, vai encaminhá-lo, porém, como o Veto tem um rito especial, nós mantemos a decisão de discutir.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu vou encaminhar à Comissão de Justiça, sim, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Perfeito.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, o Veto não tem, na verdade, um rito especial. O Veto é votado aqui neste Plenário assim como são votados os Projetos. Eu já falei com o Diretor Legislativo, que é um homem muito culto, para me apontar onde é que está escrito... Sabe que no Veto não valem as mesmas regras válidas para os Projetos.

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Ver. Luiz Braz, esta Presidência responde da seguinte maneira: nós preferimos então dirimir essa questão jurídica com a presença do Requerimento do Ver. João Dib à CCJ, assim a Casa vai ficar esclarecida a respeito dessa pendenga, dessa discussão.

 

(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal o PLL nº 180/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 11 votos SIM, 13 votos NÃO, mantido o Veto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 5150/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/08, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2009 e dá outras providências. Com Emendas nos 01 a 63.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 18, 19, 21, 34, 37, 55, 60 a 63; e pela rejeição das Emendas nos 01 a 17, 20, 22 a 33, 35, 36, 38 a 54, 56 a 59.

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa –Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- após aprovação de Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do regimento);

- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores - Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 29-9-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 040/08. (Pausa.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Professor Garcia. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Há nove Vereadores presentes, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h56min.)

 

* * * * *